segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A carripana

Para quem, como eu, pensava começar bem o dia, as coisas não podiam ser melhor. Logo pela manhã o telefone toca. Era o senhor da oficina mecânica onde na quinta-feira passada deixara o meu carro, um Opel Astra de 2002 para que ele analisasse e visse de que mal a viatura padecia. Depois de me informar que a bomba de água gripara, hoje deu-me a “bela” notícia de que o problema era mais complicado e que o arranjo todo me custaria a módica quantia de 1030 euros mais IVA. Ou seja, coisa para quase 1300 euros. A junta da cabeça do motor estava queimada, mais isto e mais aquilo, os segmentos e as válvulas e não sei que mais. Para começar bem o dia, de facto, não foi mau. Quando me apresentam uma conta choruda – e esta é, face à minha magra pensão – começo logo a fazer cálculos mentais. Lá se vão os 800 e tal euros que vou receber de uma cliente. Filosofando como qualquer bom português, que havemos de fazer? Vão-se os anéis, fiquem os dedos. “Está bem, avance”, foi a resposta. “Ah! E já agora veja também o problema dos «soluços» do carro nas subidas”. “Esteja descansado. Vou ver e debruçar-me sobre o assunto”, tentou ele sossegar-me. Que remédio senão ficar descansado.

Pois… Nestas coisas é melhor não nos preocuparmos muito. A ”almofada” do meu orçamento dá para estes imprevistos e acidentes. E enquanto der, sigamos a reflexão do “tio” Belmiro da Sonae: o dinheiro fez-se para duas coisas – para gastar ou para investir. Vou gastá-lo. Falta-me investi-lo. Também lá chegarei…


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