A
saga do novo mapa judiciário prossegue. Parece que a plataforma informática
embora a funcionar melhor que ontem continua com falhas. O telejornal recupera
parte da entrevista dada ontem pela ministra à SIC em que ela considera sem
razão a acção interposta pela Ordem dos Advogados e lamenta que a sua (dela,
ministra) Ordem não tenha apresentado uma proposta alternativa. Não sei se o
mapa está correcto ou não, se a reforma se justificava ou não, se está bem ou
mal feita. Ignoro também se virá beneficiar os cidadãos e melhorar a prestação
da justiça. Sei que quando se mexe numa rotina já estabelecida, há sempre
queixas por parte dos afectados que se consideram os mais afectados de todos.
Muitas vezes, o tempo acaba por dar razão à alteração da rotina. Outras vezes,
as alterações terão de ser reajustadas e ainda outras terão de ser abandonadas.
Como não estou por dentro do assunto, não me pronuncio sobre a justeza ou não
destas medidas. Há, no entanto, uma dúvida que sempre me assalta nestes
momentos. Será que se a ministra fosse oposição e esta reforma fosse levada a
cabo por um governo que não fosse da sua cor partidária, ela a aplaudiria como
faz agora? E se ela fosse uma mera advogada ou até bastonária da “sua” Ordem,
será que viria à praça defender com unhas e dentes as alterações introduzidas?
Confesso que não sei. É que os nossos políticos habituaram-nos a ser como o
deus Jano – pessoas de duas caras. Na Oposição, como contra-poder, dizem uma
coisa, no governo, como poder, dizem outra. Recordo apenas que na antiga
Grécia, os actores de teatro desempenhavam os seus papéis com uma máscara. E
tinham o nome de υποκριτής que deu em bom Português hipócrita. Ou seja, um belo
de um feijão-frade…
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