Os
Antónios travaram ontem o último debate televisivo. O resultado seria o de
esperar – uma lavagem de roupa suja. Bem poderiam ter passado cá por casa e
feito o favor de levarem a minha roupa. Só lavagem. Eu encarregar-me-ia de a engomar
e arrumar.
Quem
deve ter esfregado as mãos de contente com este triste espectáculo foi
certamente Passos Coelho e seus aliados. E arriscamo-nos a levar em cima com
mais 4 anos de cunicultura e de irrevogabilidades. É evidente que Costa tem
toda a legitimidade para aspirar ao lugar de Secretário-geral do PS, mas
parece-me que teria sido melhor outro caminho para lá chegar por vias
sufragadas pelos estatutos partidários. A solução escolhida apenas enfraquece o
partido da rosa e abre brechas e feridas que dificilmente ou nunca sararão.
Desta vez, a rosa não foi flor – foram acúleos. E dos bens aguçados.
Os
debates foram um deserto em termos de propostas programáticas concretas. E
chega-se à triste conclusão, assumida por António José Seguro, de que programaticamente
nada os distingue. Até a cor da gravata era a mesma. Afinal ambos têm um traço
comum – a sede de poder. A menos que se queira reduzir a diferença entre ambos
ao pormenor da boniteza. Quem gosta de um tom de pele bronzeado e sonha com
outras características fisiológicas dos morenos, escolha Costa. Quem aprecia o
ar seráfico e angelical de menino do coro de pele lisa e lustrosa, vá pelo
Seguro. Mal vamos nós quando a política se resume à epiderme das coisas.
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